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Influenciadores Digitais ou Influenciados Sociais?

Já longe vai o tempo em que a publicidade eficiente era realizada apenas através dos meios publicitários convencionais como a televisão, re...

Já longe vai o tempo em que a publicidade eficiente era realizada apenas através dos meios publicitários convencionais como a televisão, revistas ou outdoors e hoje em dia cada vez mais pessoas preferem comprovar a eficiência de um produto antes de o comprar... E é neste sentido que surge o importantíssimo papel dos influenciadores digitais ou influencers, como preferirem chamar - Youtubers e instagramers com conteúdo interessante e opiniões suficientemente credíveis ao ponto de levar milhares de seguidores a comprar produtos que os mesmos usam e recomendam. 


Mas e quando alguns influencers nos influenciam com algo que vai muito mais além que uma simples compra na internet? E quando esses influencers nos fazem questionar as nossas próprias convicções, nos encorajam a sermos pessoas melhores e nos inspiram a quebrar estereótipos? Ai sim, eu vejo a verdadeira beleza neste mundo de influenciadores digitais... No entanto,

"with great power comes great responsibility.

já dizia o tio Ben, e é também aí que reside a verdadeira responsabilidade! A responsabilidade do influencer de se manter coerente ao seu conteúdo, independentemente da importância do movimento ou da "luta", e se manifestar sem medo de críticas ou julgamentos.

Pois da mesma forma que confiamos num influencer de "produto" e nos decepcionamos quando percebemos que a opinião do mesmo já não é sincera e apenas de interesse comercial, o mesmo acontece com influencers de opinião social...

Como todos sabem na semana passada decorreram as eleições presidenciais no Brasil e apesar de não ser brasileira foi-me impossível ficar indiferente às mesmas tendo em conta as minhas convicções e ideologias no que toca a atentados contra direitos humanos. Agora imaginem o meu espanto e deceção quando me deparo com o silêncio e abstenção de uma influencer brasileira que sigo há anos devido ao seu conteúdo sobre auto-aceitação e amor-próprio, e que até então fez de tudo para se aceitar como negra, inspirando milhares de meninas e mulheres a se amarem tal e qual como são e a lutarem pelos seus direitos. Como devem imaginar sempre acreditei que mais tarde ou mais cedo ela iria falar e iria dar a cara por esta importantíssima batalha social, razão pela qual se manifestou todos estes anos, chamando mais uma vez as pessoas à razão, educando,  INFLUENCIANDO! Mas preferiu ficar em silêncio, segundo ela, "em nome da sua sanidade mental"...

Uma cidadã brasileira (com milhares de seguidores) decidiu num dos momentos mais importantes do seu país ficar em silêncio, fechar-se numa bolha imaginária e continuar a falar sobre cabelos, remodelação da sua casa, dieta, etc... 

Mas vá, a convite de uma marca de champôs disponibilizou-se a falar sobre cancro da mama no mês de Outubro - percebem o meu ponto de vista? Não quero de alguma forma criar algum tipo de caça às bruxas, até porque ela não foi a única influencer a agir assim. E apesar de tudo, as pessoas têm o direito de permanecer em silêncio sempre que assim o entenderem. No entanto na minha modesta opinião tudo isto não passou de uma questão de interesse monetário que apesar de tudo também não torna a sua abstenção ilegítima, se não nos tentasse fazer comer gelados com a testa ao dizer que simplesmente "não estava pronta para falar" (na luta mais importante de todas as que já lutou, não estava pronta para falar)... Esta situação entristeceu-me bastante pois custou-me aceitar como é que alguém cuja voz é ouvida e considerada, prefere ficar em silêncio num momento em que todos se esforçavam para falar, informar e chamar as pessoas a razão... Esta situação fez-me questionar sobre o verdadeiro papel e real importância dos influenciadores digitais.

Por outro lado esta situação também me relembrou que somos todos seres humanos, capazes de gerar influencia sobre alguém independentemente do número de seguidores nas nossas redes sociais. 

E foi nesse preciso momento que me apercebi de quem realmente influenciava e quem se deixava influenciar, pois são nos momentos mais difíceis que os autênticos se revelam... Por isso hoje partilho com vocês algumas mulheres que até então nunca tiveram medo de influenciar, mostrando que mais importante que o número de pessoas que nos seguem nas redes sociais é o caráter e a verdadeira essência de não nos conformarmos nem condescendermos com o mal à nossa volta, tentando a cada dia fazer a diferença, por mais pequena que essa possa aparentemente parecer.

"Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele"
-Martin Luther King.



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3 comentários

  1. Estou sem palavras, Cátia! Faço o que faço por mim e por todos aqueles que nao têm voz e sinto-me na maior parte das vezes impotente face às adversidades da vida e reconhecendo o meu privilégio como mulher branca. Um grande obrigada! Nos dias maus vou-me lembrar disto e sei que alguém vê aquilo que posto <3

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  2. Amei o post, colocou-me a pensar...
    Será que a influencer que estás a falar foi a Rayza Nicácio? Se foi eu também a sigo desde sempre e achei estranho a postura dela..
    Um beijinho,
    http://myheartaintabrain.blogspot.com/

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